Setor do Turismo situação e perspetivas 2022-23

Setor do Turismo situação e perspetivas

Segundo um estudo económico e financeiro realizado pelo BPI Research (UEEF), a pandemia veio interromper a tendência de forte crescimento que se observava no setor do turismo em Portugal.

Assistiram-se quebras significativas (>60%) no número de hóspedes, dormidas, viagens, ocupação das camas dos estabelecimentos turísticos e nas receitas. Em 2021, a recuperação foi mais forte no 3T e 4T, mas ainda insuficiente para chegar a níveis pré-pandemia.

A pandemia veio também transformar as preferências dos turistas – espaços mais isolados, com maior distanciamento social ou longe dos grandes centros tiveram um surgimento significativo nos últimos meses. Prova disso é o bom desempenho do Turismo no espaço rural e de habitação.

Em 2020, o INE estima que a atividade turística gerou um contributo direto e indireto para o PIB de 12,8 mil milhões de euros, equivalente a 6,3% do PIB (11,8% em 2019). A queda da atividade no setor contribuiu em 70% para a queda do PIB, ou seja, 5,8 pontos percentuais explicam a contração de 8,4% que o PIB sofreu em 2020.

Apesar dos sinais positivos no controlo da pandemia, nomeadamente nos avanços da vacinação e menor severidade da variante omicrón, continua a ser pouco provável que a recuperação do setor do turismo ocorra antes de 2023 (tal como espera a Organização Mundial do Turismo). Além da permanência de medidas/restrições sanitárias, algumas mudanças de preferências e hábitos das populações reduzem também os gastos no turismo. As assimetrias na vacinação e controlo da pandemia entre regiões do globo constituem um risco acrescido. Deste modo, não só o setor do turismo tem de estabilizar como também toda a economia mundial (inflação, cadeias de abastecimento, escassez de mão-de-obra), até que possamos ver níveis do turismo pré-pandémicos.

Dados de mobilidade

Segundo um relatório do GEE/Vinci Airports em 2019 foi estabelecido um record de passageiros transportados nos aeroportos nacionais (cerca de 60 milhões), contudo devido à pandemia no 2º trimestre de 2020 assistiu-se a uma quase paralisação do tráfego aéreo nacional, com uma redução média de 97,5% face ao trimestre homólogo de

Em 2019 os aeroportos dos Açores e da Madeira são os que estão a recuperar mais rapidamente: no 4T 2021, comparativamente ao trimestre homólogo de 2019 – 92% e 95% do tráfego, respetivamente. Lisboa (o aeroporto mais importante), no 4T 2021 transportou o equivalente a 69% dos passageiros do trimestre homólogo de 2019.

Dados referentes ao relatório de mobilidade da Google indica que a mobilidade da população para fins de Retalho e Lazer atingiu os seus níveis mínimos de 2021 no final de Janeiro, recuperando a partir desse ponto e sobretudo a partir de Abril. Só foram superados níveis pré-pandémicos já perto do final de Julho e um novo pico coincidente com as compras de Natal.

Prespetivas para 2022-23

Um estudo do Eurobarómetro junto de consumidores europeus sobre turismo aponta algumas tendências interessantes. Em primeiro lugar há 34% de pessoas a afirmar que viajará menos e 38% indicam que vão viajar mais no próprio país. Percentagens significativas também consideram hipótese de mudar de país de destino e tipologia de destino. Apenas 21% não espera alterações no longo prazo; Consideramos que existem algumas tendências consistentes para o setor nos próximos tempos:

O turismo de residentes continuará a liderar a retoma do setor;
A variante Ómicron só deverá permitir recuperação mais forte a partir do 2T 2022;
As viagens de negócios deverão ter retoma na segunda metade de 2022;
Os viajantes provenientes de destinos mais longínquos continuarão em recuperação mais lenta (turistas asiáticos continuaram bastante retraídos pelas restrições que têm no regresso aos seus países – Japão e China);
Tensão geopolítica (questão Rússia-Ucrânia) pode ter algumas consequências negativas e ainda com magnitude imprevisível;
Pressões inflacionistas, custos energéticos e escassez de mão-de obra poderão pesar também nos preços e na procura.

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